Como é viajar pela sozinha pela primeira vez?
- Leh Azevedo
- 7 de ago. de 2018
- 5 min de leitura
Oi, oi , gente, como vocês estão ?
Tudo que eu posso falar é que excedeu totalmente minhas expectativas!! Eu meio que já sabia que ia ser bom, porque já estou acostumada a sair para curtir sozinha na minha cidade, mas alguns dias antes da viagem, eu comecei a duvidar e ficar muito aflita, não por medo de algo me acontecer, mas por medo de não ser tão bom quanto eu imaginava. Minha mente ficava me torturando, colocando umas dúvidas idiotas na minha cabeça, do tipo: e se chegar lá é for muito chato? E se eu cansar de ficar sozinha todos esses dias? E se eu não fizer nenhum amigo? E se na verdade, todo esse sonho de viajar não for lá essas coisas? E se nada for diferente quando eu voltar?

Admito que eu sai do Rio bem mais nervosa do que eu achei que estaria. Nas primeiras dez horas de viagem eu fiquei lá, super tensa, olhando pela janela, com a minha musiquinha, mais lá pela terceira parada do ônibus, tudo começou se encaminhar pro lugar certo. Fiz amizade com a Pâmela(@pamsassaki), uma designer que está mochilando pelo país, e um casa de velhinhos que veio conversando com a gente o resto da viagem toda.
Não sei por que, mas senti muita mais fé de que as coisas iam dar certo, depois disso. Cheguei umas duas horas depois do previsto, de noite, mas acompanha dos meus mais novos amigos de viagem. Apesar de me sentir bem melhor, tudo ainda estava meio que escondido atrás de uma névoa de medo. A rua que eu desci parecia mais escura, o caminho parecia mais longo, as pessoa pareciam mais suspeitas, eu estava atenta, atenta como se estivesse no Centro do Rio a noite kkkk

Por vir do Rio, muitas coisas em relação a se virar e lidar com o perigo foram bem mais simples pra mim. Eu já estou acostumada a lidar com coisas desse tipo, então meio que sabia o que fazer. Então, na hora de andar de transporte público, pedir informação e andar fui tudo simples, procedimento padrão, por exemplo, andei no Paraguai sem problemas (eu sou cria do Saara no Rio de Janeiro), já estava ligada nos golpes e etc, mas tinha um medo que não queria me largar, porque apesar do Rio ser perigoso, é um lugar familiar e com cara de casa.

Finalmente cheguei no hostel, fiz meu check in, a menina da recepção olhou meus documentos, e soltou: "caramba, como vc é nova". Aquela altura do campeonato eu já devia ter escutado essa frase milhares de vezes, "Você não é nova demais pra viajar sozinha?", "Você vai sozinha mesmo, você não tem medo?","Mas, e se alguma coisa te acontecer, você é muito novinha'', e apesar do enorme medo, em nenhum momento duvidei ou titubei, eu tinha certeza que dava conta do recado, parece que para o mundo um adolescente sozinho significa automaticamente atitudes imprudentes, mas eu sempre sempre sempre confiei nas minhas escolha com relação a minha própria vida, sempre achei que a minha falta de experiencia de vida pudesse ser facilmente compensada com conhecimento e pesquisa .
Tomei meu banho ajeitei minhas coisa e fui pra área de convivência, chegou a hora de encarar o tão terrível medo, Será que eu faria amigos ? Será que seria chato? Foi tudo muito mais simples do que eu pensava, eu só dei um OI para uma menina colombiana no corredor, a Dany(@danyrode) me perguntou se eu queria assistir um filme e pronto. Descendo as escadas esbarramos com o Léo(@leandrodekastro), um rapaz que ela tinha conhecido a alguns minutos, e voilà, já tinha amigos.
Quando você está em um hostel , é tudo mais simples, dá pra ver a energia no ar, as pessoas estão loucas pra se conhecer, basta só um cumprimento e com poucos minutos vocês vão sair juntos no dia seguinte. No final, eu estava com medo atoa.

No segundo dia,eu fui as cataratas do lado brasileiro,até já tinha encontrado gente para sair comigo mas eu preferi ir sozinha, queria sair no meu horário, apreciar a minha própria companhia, e eu sei que sou muito zen quando se trata de parques e paisagens, eu gosto de olhar , parar , apreciar , com um grupo você não consegue fazer essas coisas. Eu também queria iniciar os projetos para o canal no youtube e eu me sinto horrores constrangida quando tem alguém perto. Eu perdi algumas coisas nesse dia (duas blusas e um tripé por pura leseira da minha parte) mas eu não consegui nem me irritar com isso, foi um dia maravilhoso.
Perder o tripé foi desculpa para ir no Paraguay no dia seguinte, e assim eu conheci o Adilson(@adilson.galvao), um barbeiro paulista que também estava de férias em Foz. Com três dias o grupo já tinha quase 10 pessoas, era muita gente pra lá e pra cá.
O que eu não sabia é que iria me apegar tanto as pessoas que eu conheci. Eu fui a última do grupo a ir embora, fiquei por dez dias. Quando as primeiras pessoas foram embora fui muito tranquilo por que o Adilson e o Léo ficaram, então eu não senti tanta falta, mas quando eles foram embora que eu percebi que eu já tinha me acostumado com a presença deles.

No geral , quando você faz amigos, vocês começam a conversar , depois a sair juntos, talvez depois de algum tempo começam a frequentar a casa um do outro, e trocar momentos momentos mais pessoais. Mas num hostel é tudo muito diferente. O amigo que você fez a dois dias já te vê acordando todo torto, passa a noite toda conversando com você, e compartilha com você os momentos gloriosos de conhecer um lugar novo, e em dois dias vocês acabam dando muitos passos em questão de amizade. Quando eu percebi, já estava acostumada com eles ali, como se já nos conhecêssemos a milhões de anos.

Depois que todos foram embora, foi a primeira vez na viagem, em que me senti verdadeiramente sozinha. E, você vai criar uma ligação tão profunda com as pessoas que você, conheceu que vai se pegar depois de um mês pensando : "O Léo ia adorar esses bichos", "com certeza o Adilson ia gostar dessa barbearia", ou "A Danny ia amar esse filme" e se lembrar quão boa foi aquela viagem. E o mais legal foi descobrir no dia seguinte, que eu podia começar do inicio e fazer mais amigos novamente, e mais três entraram pra lista.
E, no fim, você vai se sentir capaz de fazer qualquer coisa e vai perceber o quão bom é tirar um tempo para curtir com você mesma. Vai lembrar daqueles breves momentos onde tudo era possível, como se fossem os mais doces do ano inteiro , e vai se sentir pela primeira vez na vida, verdadeiramente, completa como pessoa, um tipo de sentimento que você não vai encontrar de nenhuma outra maneira, que não encarando o seu medo de não ser suficientemente capaz. Você vai amadurecer anos, em dias , e voltar pensando aonde você vai no próximo verão, e quando planejar vai pensar se, dessa vez, seus novos amigos não vão querer ir também, E se não forem, tudo bem, porque, você mesma é uma companhia espetacular .
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